A crise da falta de vergonha

7 de novembro de 2015 09:57

Portal Gazeta Do AmazonasA chamada crise chegou diretamente no bolso do trabalhador e trabalhadora brasileira, em todos os sentidos, mas com um adicional mais grave: a falta de comida na mesa das famílias.

A crise é um conjunto de dificuldades que começa com a diminuição da oferta de emprego formal ou informal, de demissões em massa, da absoluta possibilidade de ajuste salarial, da diminuição da produção industrial, da carência de mobilidade comercial e um aperto final em todos os brasileiros.

Se já não fosse terminal a falta de dinheiro, ainda fica o bolso furado a escorrer as moedinhas.

Mas isso poderia ser contornado, como já o foi várias vezes na história brasileira se um fato diferencial não estivesse corroendo as entranhas da Nação: a corrupção, os desmandos, as prisões e o escancarado cinismo cívico que avalassa os dirigentes do Brasil.

No topo das autoridades, com a responsabilidade de dirimir as dificuldades, há apenas uma preocupação: salvar a própria pele e neste duelo é cada um por si e todos unidos para evitar a queda, ficando a verdadeira questão da economia que atinge a população, à margem dos debates e da busca de soluções.

As negociatas politicas são vergonhosas, mas o vale tudo é aceito com tranquilidade, quando se percebe nas entrevistas, apenas o troca troca de acusações, como se apenas chutar para fora resolvesse uma goleada.

No feixe de podridão republicana, até os tribunais entram com liminares para frear a forma como o legislativo pretende iniciar um rito de impeachment contra o executivo, criando uma discussão jurídica, que também não resolve o problema do desemprego, da escalada dos preços e da fome dos brasileiros.

Muita vergonha na cara está faltando no chamado grupo de poder, e neste caso não apenas o executivo, mas os demais poderes e infelizmente este produto – vergonha na cara – não está impresso em nenhum artigo da nossa gloriosa e tão violada Constituição.

Salve, salve, como dita o Hino Nacional, ou morra, morra, como já dizia o agora folclórico ex-tudo Amazonino Mendes.

Texto: Jornalista Haroldo Furtado/Jornal Extra do Amazonas

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