Senador Álvaro Dias diz que “o governo tornou-se um Balcão de Negócios”
Curitiba (PR) – O governo brasileiro virou um “balcão de negócios” e isso despertou dois sentimentos na população brasileira: o da reação contra o desgoverno e desgaste da classe política e o da recuperação da crença no Ministério Público, na Justiça Federal e no Poder Judiciário.
A análise da crise política brasileira foi feita na manhã de sexta-feira, 21 de agosto, pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), durante palestra para os desembargadores que participam em Curitiba do 104º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes.
Abordando o tema “Mudança do Modelo de Administração Pública Brasileira”, Álvaro Dias endureceu o discurso ao dizer que a pauta urgente é a mudança do sistema de governo brasileiro que vive os efeitos de uma “bomba relógio que explodiu no seu colo”, num quadro de inflação, crescimento da dívida pública, carestia, crise econômica, ética e política” .
— Mas não adianta cobrar apenas a arrumação da casa dos outros. É preciso também arrumar a nossa – disse Dias, informando que existem projetos de sua autoria pedindo a reorganização do poder legislativo, mas que não avançam por conta do corporativismo da classe política.
Para o senador tucano, o gesto de deputado Ulisses Guimarães levantado a Constituição Brasileira e pregando a independência entre as instituições foi um “ledo engano”, porque o poder “Legislativo continua refém do Poder Executivo” .
— Nunca tivemos uma oposição tão diminuta. Chávez (Hugo), na Venezuela tinha um número bem maior de opositores – criticou Álvaro Dias.
Ele também disse que no sistema político de hoje, alguns parlamentares são cooptados. “O governo tornou-se perdulário. Em nome de um projeto de poder a longo prazo, surgiu o mensalão”.
— Nada disso seria necessário se o governo fosse sério. Porque governo que tem apoio popular tem o apoio do Congresso” – disse o senador.
Álvaro Dias também manifestou seu apoio à proposta de emenda constitucional (PEC 63/2013), que recria a gratificação por tempo de serviço para membros da magistratura e do Ministério Público, afirmando que “no caso do Poder Judiciário, o governo não gasta, investe”.
Texto: Mário Adolfo | TJAM
Foto: Divulgação | TJAM
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